quinta-feira, 21 de agosto de 2008

“Anche se siamo presi da catene e carne da crocifissione...”

E então decidi dizer sim…

Ele foi pontual, fo gentil, me abriu a porta do carro e me pagou a bebida. Foi doce, foi engraçado às vezes, foi educado, foi humano...

E eu ria de suas brincadeiras e sorria... e me sentia feliz por desejar nao vê-lo de novo. Me sentia feliz por ser livre pra escolher ser sozinha. Me sentia abandonada, desamparada como alguém que esquece o caminho de casa e aos poucos esquece também o seu nome, seus dons, suas dádivas e seus sonhos. Me sentia quase feliz por não querer vê-lo novamente.

É hora de recolher meus pertences e me fechar na minha concha. É hora de enfrentar o passado para que o medo do medo não me faça fugir novamente. É hora de me olhar no espelho e tentar reconhecer o que sobrou de mim no meio dessa guerra que eu criei contra o mundo, no meio dessa revolta contra mim mesma, no meio dessa fortaleza de desilusão, no meio de toda a raiva que me faz fugir para não sucumbir à dor. Talvez eu deveria ir pro mar. Evaporar nas suas águas e precipitar nas rochas, nas pedras, na areia, nas conchas, no pôr-do-sol que eu já nem lembro mais como é feito.

Talvez eu deveria ir pro mar.

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